Entender os indicadores financeiros pode parecer complicado no começo, mas não se preocupe! Neste artigo, vamos abordar 12 indicadores financeiros que todo MEI deveria conhecer de forma clara e simples, para que você possa aplicar esses conceitos no seu negócio sem dificuldades.
Indicadores financeiros são ferramentas que ajudam você a entender melhor a saúde da sua empresa e a tomar decisões mais informadas.
Como resultado, você consegue aumentar a sua lucratividade ao mesmo tempo que diminui os custos, tudo graças ao indicadores financeiros.
Observação: não vamos apenas listar esses indicadores; vamos também explicar, com exemplos, como você pode aplicar esses 12 modelos de indicadores financeiros no dia a dia.
E se um dia você se perguntou como poderia melhorar a gestão do seu negócio, os indicadores financeiros citados aqui serão um ótimo ponto de partida.
Vamos juntos descobrir como tudo isso pode ser mais simples do que parece!
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1. Margem Líquida
A margem líquida mostra quanto do dinheiro que sua empresa ganha realmente se transforma em lucro, após descontar todas as despesas, impostos e custos operacionais.
Esse indicador é crucial para entender a saúde financeira do seu negócio.
Exemplo prático: Se sua empresa faturou R$ 10.000,00 em um mês e, após pagar todas as despesas, restaram R$ 1.500,00, sua margem líquida é de 15%. Isso significa que, de cada R$ 1,00 que entra, R$ 0,15 é lucro.
2. Margem de Contribuição
A margem de contribuição mostra quanto do valor de cada produto vendido contribui para cobrir os custos fixos e gerar lucro.
É uma métrica essencial para entender a sustentabilidade do seu negócio.
Exemplo prático: Se você vende um produto por R$ 100,00 e os custos variáveis (como matéria-prima e produção) são de R$ 60,00, a margem de contribuição é de R$ 40,00.
Isso ajuda a cobrir os custos fixos e, eventualmente, gerar lucro.
3. Margem de Custos
A margem de custos ajuda a entender se o valor pelo qual você vende seus produtos ou serviços cobre todos os custos associados.
É um indicador importante para ajustar preços e garantir que você não esteja operando no vermelho.
Exemplo prático: Se a produção de um item custa R$ 80,00 e você o vende por R$ 100,00, sua margem de custos é de R$ 20,00.
Se essa margem for muito baixa, pode ser necessário rever seus preços ou custos.
4. Margem EBITDA
O EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) mede a lucratividade da empresa considerando apenas suas atividades operacionais.
Esse indicador é útil para avaliar a eficiência do negócio sem considerar custos financeiros e impostos.
Exemplo prático com cálculo:
Vamos supor que sua empresa tenha os seguintes números em um determinado período:
- Receita Bruta: R$ 50.000
- Custos Operacionais (matéria-prima, salários, etc.): R$ 30.000
- Despesas Administrativas (aluguel, energia, etc.): R$ 5.000
- *Depreciação de Equipamentos: R$ 2.000*
- *Amortização de Dívidas: R$ 1.000*
- *Juros sobre Empréstimos: R$ 1.500*
- *Impostos: R$ 2.500*
Para calcular o EBITDA, ignoramos a depreciação, amortização, impostos e amortização.
Então, o cálculo do EBITDA é feito da seguinte forma:
EBITDA = Receita Bruta – (Custos Operacionais + Despesas Administrativas)
Substituindo os valores:
EBITDA = R$ 50.000 – (R$ 30.000 + R$ 5.000)
EBITDA = R$ 50.000 – R$ 35.000 = R$ 15.000
Neste exemplo, o EBITDA da sua empresa é de R$ 15.000,00.
Isso significa que, antes de considerar juros, impostos, depreciação e amortização, a empresa está gerando R$ 15.000,00 de lucro operacional.
Esse valor reflete o desempenho da empresa em suas operações principais e dá uma ideia clara da sua eficiência e produtividade.
5. Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio é o valor mínimo que você precisa faturar para cobrir todos os seus custos, sem gerar prejuízo ou lucro.
Saber esse valor é crucial para definir metas de vendas e evitar problemas financeiros.
Exemplo prático: Se suas despesas mensais são de R$ 8.000,00, você precisa faturar pelo menos isso para não ter prejuízo. Qualquer valor acima desse ponto é lucro.
6. Retorno sobre Investimento (ROI)
O ROI (Return On Investment/Retorno sobre o Investimento) mede o retorno que você obtém de um investimento, seja ele financeiro, em tempo ou em recursos.
Esse indicador é usado para avaliar a eficácia de um investimento.
Exemplo prático: Se você investiu R$ 2.000,00 em uma campanha de marketing e obteve R$ 10.000,00 em vendas como resultado, seu ROI é de 400%, indicando que o investimento valeu a pena.
7. Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
O ROE (Return on Equity/Retorno sobre Patrimônio Líquido) mede o quanto de lucro a sua empresa está gerando em relação ao capital que você, como sócio ou proprietário, investiu no negócio.
É uma maneira de ver se o dinheiro que você colocou no negócio está gerando um bom retorno.
Patrimônio Líquido: No contexto de um MEI, o patrimônio líquido é o valor que sobra depois de descontar todas as dívidas e obrigações da empresa dos ativos totais.
Em termos simples, é o valor que você tem investido no negócio, incluindo seu capital inicial e quaisquer lucros acumulados que não foram retirados.
Exemplo prático:
Vamos supor que sua empresa tenha os seguintes números:
- Patrimônio Líquido: R$ 20.000 (isso inclui o valor que você colocou no negócio mais qualquer lucro que você reinvestiu na empresa)
- Lucro Gerado no Período: R$ 3.000
Para calcular o ROE, usamos a fórmula:
ROE = (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido) x 100
Substituindo os valores:
ROE = (R$ 3.000 / R$ 20.000) x 100
ROE = 0,15 x 100 = 15%
Isso significa que, com base no lucro gerado, sua empresa está obtendo um retorno de 15% sobre o capital investido.
Em outras palavras, para cada real que você investiu no negócio, você está gerando um retorno de R$ 0,15.
Um ROE de 15% é um bom sinal de que o dinheiro investido está sendo bem aproveitado e está trazendo um retorno positivo.
- Leia também: 6 dicas de contabilidade para MEIs iniciantes
8. Faturamento
O faturamento é o total das vendas realizadas em um período, sem considerar deduções ou despesas.
Ele pode ser dividido em faturamento bruto (total sem deduções) e faturamento líquido (total após deduções).
Exemplo prático: Se você vendeu R$ 20.000 em um mês, esse é seu faturamento bruto.
Se, após deduções de impostos e devoluções, restarem R$ 18.000, esse é seu faturamento líquido.
9. Lucratividade
A lucratividade mostra o quanto sua empresa realmente ganha depois de pagar todas as despesas.
É essencial para saber se as vendas estão gerando o lucro esperado.
Exemplo prático: Se você faturou R$ 15.000 em um mês e, após todas as deduções, sobraram R$ 3.000, sua lucratividade é de 20%. Isso indica que sua empresa está sendo lucrativa.
10. Rentabilidade
A rentabilidade mede o retorno que você obtém de seus investimentos.
Diferente da lucratividade, que se concentra nas vendas, a rentabilidade considera todo o capital investido no negócio.
Exemplo prático: Se você investiu R$ 50.000 na empresa e teve um lucro de R$ 10.000, sua rentabilidade é de 20%, mostrando o retorno sobre o investimento total.
11. Ticket Médio
O ticket médio é o valor médio gasto por cliente em cada compra. Esse indicador ajuda a entender o comportamento de compra dos clientes e a criar estratégias para aumentar as vendas.
Exemplo prático: Se, em um mês, você fez 100 vendas totalizando R$ 5.000, o ticket médio é de R$ 50 por cliente.
Aumentar esse valor pode significar mais lucro para a empresa.
12. Custos Fixos e Custos Variáveis
Os custos fixos são despesas que não mudam, como aluguel e salários, enquanto os custos variáveis variam conforme o volume de produção ou vendas, como matéria-prima.
Controlar esses custos é essencial para manter a empresa financeiramente saudável.
Exemplo prático: Se você paga R$ 2.000 de aluguel todo mês (custo fixo) e gasta R$ 500 em materiais que variam conforme a produção (custo variável), entender e controlar esses custos é fundamental para manter o negócio em ordem.
Conclusão
Compreender e monitorar esses 12 indicadores financeiros é essencial para garantir o sucesso do seu negócio como MEI.
Eles fornecem uma visão clara sobre a saúde financeira da sua empresa, ajudam a identificar problemas antes que se tornem grandes desafios, e permitem que você tome decisões mais informadas.
A chave para o sucesso financeiro está em manter um controle cuidadoso das finanças e em estar sempre atento a esses indicadores!
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